Postal

foge, foge!
tentam fugir escaralhados
de um vermelho que nasce quadrado
por puro reflexo
os caretas
eles acordam
em um bocejo
o bocejo matutino dos caretas
não toma conhecimento
do trem que rompe o horizonte
em linha
e lênin
sobre a locomotiva, herói de capa e enxada
desce para tirar água do joelho
engatilhar seu fuzil
e disparar cartas


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transdução do poema sem título de Augusto Meneghin:

ninguém nas manhãs
irá contra
o serviço postal
do sol